quarta-feira, 24 de abril de 2013

Saiba mais sobre a cistite, doença comum em mulheres

CISTITE | Sintomas e tratamento

Cistite é o nome da infecção urinária que acomete a bexiga e a uretra, normalmente causada pela a bactéria Escherichia coli. Neste artigo vamos abordar as seguintes questões sobre a cistite:
  • O que é cistite.
  • Como se pega cistite.
  • Cistite nos homens x cistite nas mulheres.
  • Como evitar as cistites.
  • Fatores de risco para infecção urinária.
  • Sintomas da cistite
  • Diagnóstico da cistite
  • Tratamento da cistite
  • Infecção urinária na gravidez

O que é cistite?


A infecção urinária é uma doença extremamente comum, principalmente no sexo feminino. Cerca de 60% das mulheres adultas terão pelo menos um episódio de infecção do trato urinário (ITU) durante a vida.

Existem três tipos de infecção urinária:

Cistite = infecção da bexiga.
Pielonefrite = infecção dos rins (leia: PIELONEFRITE (INFECÇÃO DOS RINS )).
Uretrite = Infecção da uretra.

A cistite, tema deste artigo, é uma inflamação da bexiga (e também da uretra em muitos casos) causada por uma infecção bacteriana. A cistite é habitualmente uma doença de simples tratamento, porém, pode ser dolorosa e inconveniente.

A infecção da bexiga pode se tornar um grave problema de saúde se as bactérias se deslocarem para os rins, causando o que chamamos de pielonefrite. Enquanto a cistite é uma doença simples, a pielonefrite pode levar à sepse (leia: O QUE É SEPSE E CHOQUE SÉPTICO?) e consequentemente à morte por infecção generalizada. 

Temos outros textos sobre infecção urinária que podem ser acessados através dos links abaixo:
INFECÇÃO URINÁRIA | Sintomas da pielonefrite
INFECÇÃO URINÁRIA NA GRAVIDEZ
URETRITE| Gonorreia e Clamídia
DISÚRIA | Dor ao urinar 
EXAME DE URINA | Leucócitos, nitritos, hemoglobina...
EXAME UROCULTURA | Indicações e como colher
BACTÉRIA Escherichia coli | E.coli
INFECÇÃO URINÁRIA | Sintomas

Como se pega infecção urinária


Na verdade, a expressão "pegar infecção urinária" não é a mais apropriada, já que a cistite não é uma doença contagiosa, que se passa de uma pessoa para outra. 

Mais de 80% das infecções urinárias são causadas por uma bactéria que vive no nosso intestino, chamada Escherichia coli (E.coli) (leia: BACTÉRIA Escherichia coli | E.coli). A infecção urinária ocorre quando essas bactérias, que deveriam permanecer no trato intestinal, conseguem colonizar a região ao redor da vagina. A colonização da região vaginal é o primeiro passo para o desenvolvimento da cistite. Bactérias vindas dos intestinos que conseguem se estabelecer ao redor da vagina têm mais facilidade em penetrar a uretra e alcançar a bexiga.

As cepas de E.coli que causam infecção urinária são inofensivas se permanecerem dentro do intestino. Elas só causam doença se atingirem outros órgãos do corpo, como a bexiga. Além da E.coli, outras bactérias do trato intestinal também podem causar cistite, entre elas: Proteus mirabilis e Klebsiella pneumoniae.

Cistite nos homens x cistite nas mulheres


Cistite - Anatomia geniturinária feminina
Anatomia geniturinária feminina
A imagem ao lado mostra a anatomia do trato urinário inferior  da mulher. Repare como a vagina e a entrada da uretra na mulher ficam muito próximas do ânus. A saída da uretra feminina fica muito mais próxima do ânus do que a masculina. Além disso, a uretra do homem é mais extensa, fazendo com que a E.coli tenha que percorrer um caminho maior até chegar à bexiga.

Isto significa que anatomicamente é muito mais fácil para as bactérias vindas do ânus alcançarem a bexiga da mulher do que a bexiga do homem. Portanto, a anatomia geniturinária explica o porquê das mulheres terem cistite com frequência e os homens não.

Há, entretanto, situações em que esta vantagem anatômica não é suficiente para proteger os homens da infecção urinária. Alguns exemplos:

1. Sexo anal ativo (homo ou heterossexual): a penetração do pênis no ânus elimina completamente essa distancia anatômica que protege os homens. A saída da uretra do pênis fica em contato direto com as bactérias intestinais. A E.coli neste caso é jogada diretamente na uretra, tendo apenas que atravessá-la para chegar a bexiga. O sexo anal ativo sem preservativo é, portanto, um atalho para infecção urinária.

Ainda assim, mesmo em homens que praticam sexo anal, a cistite não é uma doença comum. Além da barreira anatômica, há outros fatores que dificultam a cistite no sexo masculino. A região ao redor da uretra masculina é uma área menos úmida que nas mulheres, o que dificulta a colonização por bactérias. Além disso, no líquido prostático, eliminado durante o ato sexual, há substâncias antibacterianas.

2. Doenças da próstata: homens mais velhos costumam ter a próstata aumentada de tamanho, o que comprime a uretra e causa obstrução à saída de urina. O ato de urinar protege contra a cistite, pois a urina ajuda a carregar as bactérias que estejam alojadas na bexiga e uretra. Como a próstata obstrui, mesmo que parcialmente, a uretra, a bexiga fica sempre com um reserva de urina em seu interior, sendo um ótimo meio para multiplicação de bactérias. 

Portanto, sempre que um homem adulto apresentar mais de um episódio de infecção urinária, deve-se pensar em algum alteração anatômica, como doenças da próstata ou lesões da bexiga.

Como evitar infecções urinárias


A maioria das pessoas costuma pensar que, se a cistite surge quando bactérias normalmente encontradas nas fezes colonizam a região vaginal, é só lavar bastante a vagina e a região ao seu redor para matar essas intrusas e impedir a infecção. A cistite seria, portanto, uma doença de gente que não se lava direito. Este raciocínio está ERRADO! Na medicina, nem sempre o mais lógico é o que acontece.

Vamos ao fatos. A vagina das mulheres apresenta sua própria flora de bactérias, que são inofensivas. Para uma bactéria vinda do ânus colonizar essa região, ela precisa competir com as que já vivem no local. Quando se faz uma higiene íntima excessiva  matamos a flora natural da vagina, facilitando muito o processo de colonização de germes que estão a chegar. O que a E.coli mais quer ao chegar na região em volta da vagina é poder se multiplicar à vontade, sem ter que "brigar" com outras bactérias por espaço e alimento.

Ter cistite não significa ter maus hábitos de higiene. Na verdade, os dois extremos favorecem a infecção urinária: pouca higiene ou muita higiene. 

Sabendo como surgem as infecções da bexiga, podemos agora fornecer algumas dicas de como evitá-las.

  • Higiene íntima com moderação. Deve-se ter especial atenção à limpeza após as evacuações. Quem usa papel higiênico deve sempre realizar a limpeza da frente para trás, ou seja, na direção contrária à vagina. 
  • NUNCA realize ducha vaginal. Esse procedimento empurra as bactérias em direção à bexiga e favorece o aparecimento de cistite. A ducha anal pode ser usada, mas o ideal é tomar banho após a evacuação.
  • Dê preferência a banhos de chuveiro; evite tomar banhos em banheiras.
  • Evite desodorantes em spray na área genital ou qualquer outro produto de limpeza que possa irritar a vagina. Áreas inflamadas facilitam a aderência de bactérias.
  • Sempre urine após relação sexual. O coito favorece a entrada das bactérias na uretra e o ato de urinar ajuda a expulsá-las.
  • Beba bons volumes de líquidos ao longo do dia para urinar com frequência, "lavando" as bactérias da bexiga e uretra.
  • Não use camisinhas que contenham espermicidas, pois elas não apresentam eficácia maior e ainda aumentam o risco de cistites (leia: CAMISINHA | Tudo o que você precisa saber). O mesmo vale para os diafragmas.
  • O uso indiscriminado de antibióticos pode alterar a flora natural da vagina, facilitando infecções. Não tome antibióticos a não ser que seja realmente necessário. Nunca se automedique.
  • Mulheres na menopausa devem usar cremes vaginais à base de estrogênio para reduzir o ressecamento da mucosa vaginal (leia: MENOPAUSA | Sintomas e causas). A mucosa ressecada favorece o surgimento de lesões, que por sua vez propiciam a fixação de bactérias.

fatores de risco para cistite


Apesar de todos os cuidados, algumas pessoas apresentam uma predisposição para infecções urinárias. Algumas mulheres têm infecção urinária de repetição, com vários episódios durante o ano. Entre os fatores que podem aumentar os risco de cistite, podemos citar:

- Diabetes Mellitus (leia: DIABETES MELLITUS | Diagnóstico e sintomas).
- Vida sexual ativa. Quanto mais relações sexuais por semana, maior o risco.
- Fatores genéticos e história familiar de cistite.
- Novo parceiro sexual.
- Presença de sonda vesical.
- Incontinência urinária (leia: INCONTINÊNCIA URINÁRIA | Causas, tipos e diagnóstico).
- Doenças na próstata (leia: SINTOMAS DA PRÓSTATA).

Sintomas da cistite


A infecção da bexiga causa alguns sintomas típicos:

- Ardência ao urinar, chamado de disúria (leia: DISÚRIA | DOR AO URINAR | Causas)
- Urgência para urinar e dificuldade de segurar a urina.
- Vontade de urinar mesmo com a bexiga vazia.
- Sensação de peso na barriga.
- Presença de sangue na urina, chamado de hematúria (leia: HEMATÚRIA - URINA COM SANGUE).

Febre baixa e dor lombar também podem ocorrer, porém sempre que esses sintomas surgirem deve-se pensar em pielonefrite, principalmente se a febre for alta e vier acompanhada de vômitos, perda de apetite e mal estar geral.

Algumas pessoas associam uma urina com cheiro forte à infecção urinária. Isso na maioria das vezes não é real. A principal causa de cheiro forte é uma urina muito concentrada (leia: URINA COM CHEIRO FORTE). Se sua urina está com um amarelo muito forte e com mal cheiro, você deve ingerir mais líquidos. Normalmente isso resolve o problema e ajuda evitar a formação de cálculos renais (leia: SINTOMAS DO CÁLCULO RENAL / PEDRA NOS RINS).

Em homens jovens com disúria é sempre importante pensar em DST como diagnóstico diferencial, já que neste grupo este tipo de infecção é mais comuns do que cistites (leia: GONORREIA E CLAMÍDIA).

Em homens idosos, doenças da próstata podem causar sintomas semelhantes aos da infecção urinária, além de serem um fator risco para própria infecção urinária (leia: SINTOMAS DA PRÓSTATA).

Para saber mais detalhes sobre os sintomas da infecção urinária, leia: SINTOMAS DA INFECÇÃO URINÁRIA. 

Diagnóstico da cistite


Na imensa maioria dos casos o diagnóstico da cistite é clínico e a maioria dos médicos prescreve tratamento sem solicitar nenhum tipo de exame. Se houver facilidade, pode-se solicitar uma rápida análise de urina para confirmar a presença de pus (leia: ENTENDA SEU EXAME DE URINA), mas esta não é obrigatória.

O exame definitivo para infecção urinária é a cultura de urina. Todavia, como esta demora entre dois a quatro dias para ficar pronta, e o quadro clínico costuma ser muito característico, na cistite este se torna um exame quase sempre desnecessário. A urocultura é muito mais importante na pielonefrite do que na cistite (leia: EXAME UROCULTURA | Indicações e como colher).

Na prática, mulheres jovens com ardência para urinar apresentam cistite até que se prove o contrário. Não está errado o médico prescrever antibióticos para infecção urinária sem pedir nenhum outro tipo de exame. em 99% dos casos, esta conduta irá curar a paciente. Apenas nos casos de cistite de repetição, infecções em homens ou quando há dúvidas em relação ao diagnóstico é que a urocultura é importante.

Não se deve pedir urocultura em pessoas sem sintomas (exceto grávidas, explico mais à frente). Algumas pessoas apresentam bactérias em sua urina sem necessariamente desenvolverem cistite. Este quadro é chamado de bacteriúria assintomática. Portanto, não se pede urocultura e não se indica tratamento para pessoas sem sintomas de infecção urinária. O tratamento destes casos não traz benefício nenhum e ainda facilita o desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos.

Tratamento da cistite


Toda cistite deve SEMPRE ser tratada com antibióticos para evitar recorrências e evolução para pielonefrite. Em geral, apenas três dias são suficientes. As drogas mais usadas são o Bactrim® (Sulfametoxazol + Trimetoprima), um dos antibióticos da família das quinolonas (em geral ciprofloxacina ou norfloxacina), um derivado de penicilina (por 5 dias) ou nitrofurantoína (por 7 dias). Em homens, o tratamento deve ser feito sempre por 7 dias, no mínimo.

Para mais informações sobre o tratamento da cistite, leia: TRATAMENTO PARA INFECÇÃO URINÁRIA. 

Alguns medicamentos muito prescritos para cistites como o Cystex e a Pyridium não têm efeito antibiótico e servem apenas para aliviar temporariamente os sintomas da infecção urinária. Para tratar de verdade a cistite é preciso eliminar a bactéria, e isso só é possível com antibióticos.

A despeito de todos os cuidados listados neste texto, algumas mulheres apresentam infecções urinárias de repetição. São em geral pessoas com predisposição genética. Algumas dessas se beneficiam com a tomada de um comprimido de antibiótico após as relações sexuais. Nos casos mais graves, com várias infecções urinárias por ano, pode ser necessário cursos longos (até um ano) de antibióticos.

Para quem gosta de medicamentos naturais, uma frutinha chamada de Cranberry (oxicoco em português), da família das amoras, comprovadamente reduz o risco de infecções. Pode-se tomar o suco ou comprar pílulas já à venda em algumas farmácias.

Outra opção para prevenção da cistite é o Uro-Vaxom, uma espécie de vacina com 16 cepas diferentes de E.coli. Parece que o uso por três meses deste medicamento reduz a ocorrência de cistites. É importante salientar que essa droga só funciona para aqueles que tem infecções de repetição pela E.coli. Se outra bactéria for a responsável pelas cistites, a vacina não tem efeito. 

Infecção urinária em grávidas


A presença de infecção urinária em grávidas está associado a parto prematuro e bebês com baixo peso ao nascimento. Portanto, mesmo as gestantes com bacteriúria assintomática devem ser tratadas.

As quinolonas (ciprofloxacino e norfloxacina) são contraindicadas na gravidez e o Bactrim deve ser evitado, principalmente no primeiro trimestre. As melhores escolhas são a nitrofurantoína, fosfomicina ou amoxacilina + ácido clavulânico.
Fonte:
http://www.mdsaude.com/2008/09/infeco-urinria.html

Pedras (cálculos) na bexiga Tudo sobre Pedras (cálculos) na bexiga

Onde há pedras na bexiga?
Embora as pedras (cálculos) possam ter origem a partir da bexiga para os rins, na maioria dos casos desenvolvem-se na bexiga. Ocorrem frequentemente após a dificuldade em expelir a urina, geralmente devido à obstrução por aumento da próstata, estreitamento da uretra, problemas funcionais de esvaziamento da urina, etc.
Eles também podem ser causadas por infecções ou corpos estranhos introduzidos na bexiga (sondas, etc). Não admira que a maioria destes cálculos ocorrem em homens, geralmente mais de 50 anos.
Quais são os sintomas de cálculos biliares?
Muitas pessoas vivem anos com pedras na bexiga sem consultar um médico, atribuindo seus sintomas, tais como problemas de próstata. As pedras podem causar dor durante a micção, irritação da mucosa (revestimento interno) da bexiga. Por esta razão, o desconforto pode ser maior em relação ao exercício. Além disso, as pedras também podem causar o aparecimento de vestígios de sangue na urina e normalmente é visto no final da micção.
As pedras produzem uma interrupção do fluxo de urina da bexiga para a uretra, o tubo através do qual a urina é eliminada. Se uma pedra fica presa na uretra, o fluxo urinário de repente desaparece. A resolução do problema, é a condição sine qua non, é claro, a persistência dos sintomas e até mesmo a aparência de novas, tais como infecções do trato urinário.
Como detectar pedras na bexiga?
Os cálculos biliares são detectados por ultra-som ou radiografia. Neste último caso, devemos ter em mente que existem algumas pedras (ácido úrico) que não podem ser vistas em radiografias simples e exigem um exame de contraste (urografia chamada) para serem detectadas. Elas também podem ser vistas quando se realiza uma cistoscopia, que envolve a inserção na bexiga através da uretra, de um instrumento de tubo, que permite ver imagens ampliadas do interior.
Como são as pedras na bexiga?
Não existe um tratamento com medicamentos que resolva o problema na maioria dos casos. As pedras menores podem ser removidas durante a cistoscopia (anestesia local), usando uma pinça especial. Quando estão há mais tempo no corpo, a extração de pedras exige uma intervenção mais complexa. Pode-se fazer uma fragmentação da pedra através do escopo (usando pinças de controle remoto que esmagam as pedras, mas também pode ser usado para esta finalidade o ultra-som, laser, etc.), Ou através de cirurgia aberta (abertura da bexiga através de uma pequena incisão no abdômen).
Não se esqueça que além de extrair as pedras, temos de agir sobre a causa que levou (obstrução urinária, infecção etc).

Fonte:
http://www.doctoralia.com.br/enfermidade/pedras+calculos+na+bexiga-13892

terça-feira, 23 de abril de 2013

PEDRA NA VESÍCULA | Sintomas e cirurgia

A vesícula biliar é uma pequena bolsa em forma de pera, localizada no quadrante superior direito do abdômen, logo abaixo do fígado. Colelitíase é o nome que damos à presença de pedras dentro da vesícula, uma condição que pode ser assintomática em alguns casos, mas pode também provocar intensa dor abdominal se houver inflamação da vesícula.

Neste texto vamos abordar os seguintes tópicos sobre a vesícula:

  • Para que serve a vesícula.
  • Como surgem as pedras na vesícula.
  • Lama biliar
  • Fatores de risco para pedra na vesícula.
  • Quais são os sintomas da pedra na vesícula.
  • O que é colecistite.
  • Complicações da pedra na vesícula.
  • Qual é o tratamento para pedras na vesícula

Para que serve a vesícula?


A vesícula é uma pequena bolsa localizada abaixo do fígado, cuja principal função é armazenar a bile, um líquido amarelo-esverdeado, rico em colesterol, pigmentos e bicarbonato, produzido pelo próprio fígado. A bile é uma substância que auxilia na digestão das gorduras da alimentação.

Como age a bile?


A bile, após sua produção pelas células do fígado, é escoada pelos ductos hepáticos até as vias biliares, juntando-se a substâncias produzidas no pâncreas, formando, assim, um suco de enzimas essencial para a digestão dos alimentos. Esta mistura é lançada no duodeno, onde irá encontrar com os alimentos recém saídos do estômago.

Locais comuns de impactação do cálculo biliar
Vias biliares - locais comuns de impactação do cálculo biliar (clique p/ampliar)
Como a bile é uma substância usada na digestão, não há necessidade de liberá-la para o duodeno quando não há comida saindo do estômago. Por isso, enquanto estamos de estômago vazio, a saída da via biliar fica fechada e toda a bile produzida é armazenada na vesícula biliar.

Portanto, quando estamos em jejum, a bile produzida pelo fígado fica sendo armazenada na vesícula. Quando comemos, a vesícula se contrai e expulsa a bile em direção às vias biliares, para que estas possam chegar ao duodeno.

A capacidade de armazenamento da vesícula é de mais ou menos 50 ml, o que não é muita coisa. A solução encontrada pelo organismo para suprir esta pequena capacidade de armazenamento foi concentrar ao máximo a bile para que ela, ao se dissolver no suco pancreático e aos alimentos, tenha uma ação muito potente. Para concentrar a bile, a vesícula começa a perder água, tornando-a cada vez mais espessa e muito mais forte do que a bile originalmente produzida pelo fígado.

Como surgem as pedras na vesícula (colelitíase)?


Vesícula biliar com múltiplos cálculos
Múltiplas pedras na vesícula
O processo de concentração da bile na vesícula é feito de modo a torná-la mais espessa, porém, sem que a mesma se solidifique. As pedras na vesícula, chamadas de colelitíase ou cálculo biliar, surgem quando ocorre um desequilíbrio entre a quantidade de água e as substâncias presentes na bile. A pedra pode surgir quando a quantidade de água retirada da vesícula biliar for excessiva ou quando quantidade de substâncias na bile, como colesterol e pigmentos, estiver em quantidades exageradas, tornando-a saturada.

Lama biliar


A lama biliar é um estágio logo antes da solidificação da bile. É uma bile gelatinosa, muito espessa. Na maioria dos casos a lama biliar não causa sintomas e acaba sendo eliminada normalmente pela vesícula. A lama biliar é um achado comum na vesícula de mulheres grávidas. O problema da lama é que ela é um grande fator de risco para formação dos cálculos biliares, principalmente aqueles formados por colesterol. O paciente que tem lama está a um passo de formar pedras.

Fatores de risco para a colelitíase

  • Idade: incomum em pessoas jovens, o risco de se desenvolver colelitíase (cálculo na vesícula) é 4x maior a partir dos 40 anos de idade.
  • Sexo: a pedra na vesícula é 3x mais comuns em mulheres, provavelmente como resultado da ação do estrogênio sobre a bile. Após a menopausa, o risco de desenvolver pedras cai bastante, tornando-se semelhantes ao dos homens.
  • Gravidez: o excesso de estrogênio durante a gestação aumenta a saturação da bile.
  • Reposição hormonal: outro mecanismo em que o estrogênio está envolvido.
  • Obesidade: é o principal fator de risco em jovens, principalmente do sexo feminino (leia: OBESIDADE | Definições e consequências).
  • História familiar positiva: ter parentes de 1º grau com história de pedras na vesícula aumenta em 2x o risco.
  • Rápida perda de peso: grandes perdas de peso em pouco tempo ou dietas com muito baixa caloria também são fatores de risco e estão associados ao surgimento de lama biliar.
  • Diabetes (leia: DIABETES MELLITUS | Sintomas, tipos e diagnóstico).
  • Cirrose (leia: CIRROSE HEPÁTICA - Causas e Sintomas).
  • Jejum prolongado: quanto maior o tempo da bile na vesícula, mais desidratada ela fica e maior o risco de formação de pedras. Jejum prolongado também pode causar lama biliar.
  • Medicamentos: Ceftriaxona, anticoncepcionais e fibratos são drogas que aumentam o risco de formação de pedras na vesícula.
  • Sedentarismo.
  • Doença de Crohn (leia: ENTENDA A DOENÇA DE CROHN E A RETOCOLITE ULCERATIVA).
  • Anemia falciforme (leia: ANEMIA FALCIFORME | TRAÇO FALCIFORME).

Sintomas de pedra na vesícula


A maioria das pessoas com pedras na vesícula não apresenta sintomas. As pedrinhas ficam lá dentro da vesícula, quietinhas, sem causar nenhum problema. Às vezes, são tão pequenas que saem junto da bile e acabam sendo eliminadas nas fezes, sem que o paciente tome ciência do fato.

Os sintomas começam a surgir quando a pedra torna-se maior que o orifício de saída da vesícula. Uma pedra grande pode ficar impactada na saída da vesícula biliar, impedindo a drenagem do restante da bile. Quando o paciente se alimenta, o estômago e o duodeno enviam sinais à vesícula avisando que está chegando comida, fazendo com que a mesma se contraia. O problema é que a saída está obstruída e a contração acaba gerando uma grande pressão dentro da vesícula, levando à típica dor da cólica biliar.

A cólica biliar é uma forte dor no lado direito do abdome, abaixo das costelas, que ocorre habitualmente após uma refeição. Quanto mais gordurosa for a alimentação, maior é o estímulo para contração da vesícula e, consequentemente, mais intensa é a cólica biliar. A dor em geral ocorre 1 hora após a refeição, momento em que o alimento começa a chegar ao duodeno. Depois que o alimento todo passa pelo duodeno, a vesícula relaxa, a pressão dentro dela diminui e a dor desaparece. A cólica biliar é, portanto, uma dor tipicamente associada à alimentação.

Em alguns casos o paciente apresenta múltiplos cálculos dentro da sua vesícula. Quanto maior o número de pedras, maior a chance de ocorrerem obstruções e sintomas.

Complicações possíveis do cálculo biliar


Colecistite

A colecistite é a inflamação da vesícula biliar que ocorre normalmente após obstrução frequente da mesma por uma pedra. A vesícula obstruída fica mais susceptível a infecções e inflamações. Bactérias naturais dos intestinos, como E.coliEnterococoKlebsiella e Enterobacter, costumam infectar a bile que fica estagnada dentro da vesícula obstruída, levando ao quadro de colecistite infecciosa. A colecistite (inflamação da vesícula) é, portanto, uma complicação da colelitíase (pedra na vesícula).

Ao contrário da cólica biliar onde a dor é limitada e desaparece após o relaxamento da vesícula fora dos períodos de alimentação, na colecistite a vesícula torna-se permanentemente inflamada e a dor é constante, estando habitualmente associada a vômitos e febre. Na colecistite a dor também pode piorar com a alimentação, mas não desaparece por completo com o jejum.

Curiosamente, cerca de 10% dos pacientes com colecistite não apresentam evidências de pedras na vesícula, não havendo causa aparente para o surgimento da inflamação.

E quando a pedra fica presa nas vias biliares?

Além da cólica biliar e da colecistite, a pedra na vesícula pode causar ainda outro problema. Alguns cálculos são pequenos o suficiente para sair da vesícula, mas são maiores que o diâmetro das vias biliares, ficando impactado nas mesmas, sem conseguir chegar ao duodeno. A impactação de uma pedra nos ductos biliares também causa obstrução à passagem da bile. Este quadro se chamacoledocolitíase.

Quando há obstrução apenas da vesícula, a bile armazenada fica estagnada, mas a bile que continua sendo produzida no fígado consegue ser normalmente escoada pelas vias biliares. Por outro lado, quando a pedra impacta na via biliar, nem a bile do fígado nem a bile da vesícula conseguem ultrapassar a barreira. Esta bile represada volta para o fígado e começa a ser absorvida pelo sangue, levando a um quadro chamado icterícia, que é a coloração amarelada da pele e dos olhos devido ao acumulo de bilirrubina (bile) no sangue e na pele. A icterícia também ocorre em outras doenças do fígado, como hepatite e cirrose (leia: ICTERÍCIA | Neonatal e adulto).

Um quadro ainda mais grave surge quando a bile obstruída é contaminada por alguma bactéria vinda dos intestinos. Assim como a bile estagnada na vesícula pode se infectar causando a colecistite, a bile estagnada nas vias biliares quando contaminada provoca um quadro chamado colangite. A colangite é uma infecção grave das vias biliares, uma situação que costuma levar à sepse e tem alta mortalidade (leia: SEPSE / CHOQUE SÉPTICO).

Pancreatite por cálculo biliar

Um terceiro modo de obstrução causado por uma cálculo biliar é a impactação da pedra na saída do ducto do pâncreas. Neste caso, a pedra impede a secreção das enzimas do pâncreas, levando a um quadro de pancreatite aguda (leia: PANCREATITE CRÔNICA E PANCREATITE AGUDA).

Diagnóstico da pedra na vesícula


O exame inicial para o diagnóstico das doenças da vesícula e das vias biliares é a ultrassonografia. No paciente com dor abdominal o diagnóstico é feito em duas partes, primeiro identificamos a presença da(s) pedra(s) e depois tentamos saber se estas são a causa dos sintomas. Pedras na vesícula são muito comuns e nem toda dor abdominal pode ser atribuídas às mesmas. Muitas vezes o paciente tem uma gastrite, mas acaba culpando uma pedra assintomática pela sua dor. Tanto a cólica biliar quanto a colecistite possuem quadro clínico característico. Não basta achar uma pedra na vesícula para achar que o diagnóstico de qualquer dor abdominal estará feito (leia: DOR NA BARRIGA | DOR ABDOMINAL | Principais causas).

Exames como a cintilografia, ressonância magnética ou tomografia computadorizada podem ser úteis quando há dúvidas se existe inflamação ou não vesícula.

Tratamento da pedra na vesícula


Nos pacientes assintomáticos, que encontram uma pedra acidentalmente em exames de rotina, em geral, a conduta é expectante. Trabalhos mostram que menos de 15% das pessoas com pedras desenvolvem sintomas em um prazo de 10 anos. Além disso, a maioria dos pacientes que apresenta sintomas pelo cálculo biliar o fazem como cólica biliar, e não colecistite, colangite ou pancreatite. Portanto, a não ser que haja outros dados na história clínica, habitualmente não se leva à cirurgia pacientes com colelitíase assintomática.

Cirurgia de vesícula


Se o paciente apresenta sintomas da pedra, mesmo que somente cólicas biliares, a cirurgia está indicada. O tratamento mais comum nestes casos é a colecistectomia, retirada cirúrgica da vesícula. A colecistectomia pode ser feita por cirurgia tradicional ou por laparoscopia. Atualmente a cirurgia laparoscópica é a mais usada.

Nos casos de colangite, cálculos nas vias biliares ou pancreatite, o procedimento também é cirúrgico e visa a desobstrução das vias biliares. Após a desobstrução, retira-se também a vesícula no mesmo ato cirúrgico para evitar recorrências.

A vesícula é um órgão importante, mas não é vital. A maioria dos pacientes sem vesícula vive sem grandes problemas. Os principais sintomas que surgem após a retirada da vesícula são aumento dos gases e fezes mais amolecidas, principalmente após a ingestão de alimentos gordurosos.

Tratamento não cirúrgico do cálculo biliar.


Nos pacientes com pedras predominantemente de colesterol e sem evidências de complicações, há a opção pelo tratamento com remédios. Existe uma substância chamada ácido ursodeoxicólico, ou ursodiol, que dissolve este tipo de cálculo. Através da tomografia computadorizada muitas vezes é possível avaliar a composição das pedras e indicar o tratamento com remédios. O tratamento com esta droga é bem lento e pode durar anos até dissolver totalmente a pedra. Se o paciente estiver tendo cólicas biliares, este tipo de tratamento não está indicado, pois ninguém vai manter o paciente com dor por tanto tempo.

Existe ainda a opção pelo tratamento com ondas de choque (litotripsia), semelhante ao feito com o cálculo renal.

O grande problema do tratamento não cirúrgico é a alta taxa de recorrência das pedras. Mais de 50% dos pacientes voltam a apresentar pedras em um intervalo de 5 anos.

Cálculos formados pelo uso do antibiótico ceftriaxona costumam desaparecer espontaneamente algumas semanas após a suspensão do medicamento.
Fonte
:http://www.mdsaude.com/2009/05/pedra-na-vesicula-e-colecistite.html#.UXZlP7WG3k0

sábado, 20 de abril de 2013

Lee Min Ho My Everything com tradução em Português


Meu Tudo

É impossível para mim para expressar
Nas palavras deste mundo neste sentido esmagadora
Eu ainda tenho para você é impossível compreender
Na primavera deste mundo amor infinito
Continua a crescer ninguém no mundo
Que me faz sorrir e chorar como você faz
Não me em tudo, mas ...



Eu quero viver olhando, escutando
Eu quero que você viva dentro do meu coração
Olhe para mim, entrar nos meus braços
Você é meu tudo, meu tudo
Você é meu tudo, te amo



Eu nunca ganhou contra você
Mas eu me tornei mais feliz,
Quanto mais eu perder contra o amor
Sem data de validade do meu amor



Mesmo se jamais tivesse vencido
Fique comigo mesmo que não é fácil, mesmo se eu esquecer tudo o resto vou protegê-lo



Só quero viver olhando, escutando
Eu quero que você viva dentro do meu coração
Olhe para mim, entre nos meus braços
Você é meu tudo, meu tudo
Você é meu tudo, te amo



Eu quero ser tudo



Você é o verdadeiro dono do meu coração
Meu primeiro e meu último
Eu vou chamá-lo com cada respiração
Você é meu tudo, meu tudo
Você é meu tudo, te amo



Eu te amo, você é o meu tudo