terça-feira, 27 de setembro de 2011

CISTOS RENAIS

O que é?
O nefron é a unidade funcional do rim. O nefron, anatomicamente, é constituído de um filtro, o glomérulo e de túbulos que levam a urina até a pelve renal. Desta, através do ureter, a urina chega até a bexiga. Os cistos renais são dilatações de alguma porção do nefron.
Eles se desenvolvem e crescem em razão:

Do aumento da pressão dentro do rim,
Do aumento do gradiente das soluções salinas que banham o nefron e
Das obstruções de graus variados, que ocorrem em qualquer lugar do nefron.

Estas condições favorecem a passagem dos líquidos para os locais frágeis do nefron, possibilitando a formação de cistos. Durante a formação dos cistos, há sempre crescimento de células, forrando todas as suas paredes. Também há aumento do intercâmbio de líquidos, semelhantes ao plasma, que acabam preenchendo o cisto. Dessa maneira, os cistos têm paredes celulares finas e estão cheios de um líquido semelhante ao plasma que pode conter algumas substâncias semi-sólidas.
Os cistos podem ocorrer em um ou nos dois rins e são, quase sempre, em pequeno número e de tamanho menor que 3 cm. Quando todo o rim é tomado por incontáveis cistos, de tamanhos variáveis, chama-se rim policístico. As causas responsáveis pela formação dos cistos podem ser hereditárias ou adquiridas.
Cistos adquiridos
Os responsáveis por 70% dos cistos adquiridos são cistos simples. Eles ocorrem freqüentemente após os 50 anos e aumentam de freqüência com o avançar da idade e estão presentes em mais de 50% das pessoas, após os 60 anos. Podem ser solitários, múltiplos, uni ou bilaterais e, eventualmente, podem apresentar sintomas clínicos de dor lombar, sangue na urina (14%), infecção urinária e hipertensão arterial (35%). Dificilmente os cistos se infectam e formam abscessos. Pode ocorrer eventualmente ruptura e surgir sangramento interno ou aparecer no exame de urina.
Poucas vezes, são palpáveis no exame físico, porque dificilmente crescem muito, por isso, quase sempre são encontrados de maneira ocasional nos exames de rotina. Nos exames laboratoriais, podem ser encontrados sinais de infecção urinária, hematúria e dificuldades para concentrar a urina.
A maneira mais eficiente de encontrar os cistos renais é na ecografia abdominal e renal. Na ecografia, eles se apresentam arredondados, nitidamente marcados por uma parede fina e contêm, no seu interior, um líquido homogêneo, mais ou menos denso, sem massas (ou nódulos) e com uma superfície regular. Estas características os diferenciam dos tumores ou nódulos sólidos, de superfície irregular que são sugestivos de tumores benignos ou malignos.
Cistos simples adquiridos também são aqueles que ocorrem nos pacientes com insuficiência renal crônica. A freqüência de aparecimento aumenta com o número de anos de insuficiência. Na insuficiência renal, quando a creatinina é de 3 mg%, 20% dos pacientes têm cistos renais; quando é superior a 3mg%, 30% dos pacientes estão atingidos.
O mesmo ocorre na hemodiálise. Quando o paciente tem:

até 2 anos de diálise-35%,
2 a 4 anos-50%,
4 a 8 anos-70% e
mais de 8 anos de diálise-85% dos pacientes têm um ou mais cistos simples.

Tratamento
Não existe tratamento específico, depende dos sinais e sintomas que o paciente apresenta. O portador de cisto deve ser acompanhado anualmente para prevenir eventuais complicações (hematúria, cálculo, infecção) e evitar que alguns cistos com crescimento exagerado possam provocar obstrução e sofrimento ao parênquima renal. A maioria deles acompanha a pessoa por toda a vida, sem causar nenhum problema médico.
Cistos hereditários
Entre muitas doenças hereditárias, existem algumas que têm como característica cistos renais de vários tipos.
Entre as principais doenças císticas renais hereditárias encontramos:

Rim policístico autossômico dominante, que ocorre em 1 para 1.000 nascimentos vivos;
Rim policístico autossômico recessivo, que ocorre em 1:50.000 nascimentos vivos;
Rim esponja medular, que ocorre em 1: 2.000 nascimentos vivos;
Doença cística medular, que ocorre em 1: 50.000 nascimentos vivos e
Rim multicístico congênito, que ocorre em 1:100.000 nascimentos vivos.

A doença autossômica pode ser dominante, quando basta um gen do pai ou da mãe para transmiti-la, ou recessiva, quando são necessários os gens do pai e da mãe.
O rim policístico autossômico dominante é o mais comum, conhecido como rim policístico. Os cistos são difusos, incontáveis e atingem os dois rins. Em 1985, descobriu-se que o gen responsável por 90% dos rins policísticos da população branca está localizado no cromossomo 16 e os restantes 10%, no cromossomo 4.
No diagnóstico do rim policístico encontra-se sempre uma história familiar.
Pode-se diagnosticar o rim policísto já no feto, mas 80-90% dos casos são descobertos a partir dos 40 anos. Antes dos 40 anos, os cistos ainda são tão pequenos que não são vistos pelos métodos de imagem comuns.
O exame ecográfico permite ver o tamanho dos rins e dos cistos e as complicações obstrutivas. O rim policístico pode crescer muito, já foram vistos casos com 40 cm de comprimento, pesando até 8kg; o normal é de 12-14cm e 200g de peso.
A evolução do rim policístico até a insuficiência renal crônica pode ser muito lenta, geralmente começando a apresentar sintomas após os 50 anos.
Os pacientes com rim policístico são ótimos candidatos ao transplante renal, porque não têm doenças imunológicas que possam reproduzir a doença anterior no rim transplantado.
As principais complicações da doença cística são a hipertensão, poliglobulia (muito sangue), litíase, infecção urinária, obstruções renais pelo crescimento exagerado, fraturas do rim e insuficiência renal.
Vários fatores de risco têm sido encontrados nos pacientes portadores de rins policísticos. Assim quanto mais jovem for o paciente com rins policísticos, mais rápida e grave é a evolução da doença cística. Na raça negra, a doença cística evolui mais rapidamente do que na branca. Ainda não se tem certeza que seja mais grave nos homens.
Muitas vezes, o prognóstico depende de outras alterações genéticas que acompanham os pacientes com RP como:

Divertículos de cólon-80%,
Cistos hepáticos e pancreáticos-50%,
Prolapso da válvula mitral-25%,
Hérnias inguinais-15% e
Aneurismas cerebrais em 5% dos casos.

Tratamento
Os pacientes são acompanhados periodicamente com ecografia e exames laboratoriais para evitar complicações. Procura-se evitar a evolução para a insuficiência renal crônica, tratando a hipertensão, complicações vasculares e obstrutivas.
Procura-se manter o paciente sem infecções urinárias e tenta-se diminuir o acúmulo de líquidos dentro dos cistos, com o uso de expoliadores de sódio. Quando os cístos crescem muito, podem-se realizar punções renais de drenagem para esvaziamento.
Outras doenças císticas renais
A esclerose tuberosa apresenta rins grandes cheios de cistos renais, múltiplos e bilaterais. Os cistos são compostos de uma massa de vasos, músculos e gordura, os chamados angiomiolipomas. Os sintomas e sinais são iguais aos do rim policístico.
Doença de Von Hippel Lindau é uma doença rara, autossômica dominante, que ocorre em 1:36.000 dos nascimentos vivos. Apresenta-se com inúmeros cistos renais e pancreáticos que são descobertos, geralmente, após os 30 anos. Quase sempre são acompanhados de múltiplas neoplasias, tais como angiomas, carcinoma renal, feocromocitona e outras.
Outras doenças hereditárias apresentam cistos na zona medular renal e não na zona cortical como de costume. Dois exemplos são a nefroptiasis juvenil familial e a doença cística medular.
Descobertas em 1951 como doenças raras, hoje representam 4% das doenças renais hereditárias, que surgem na 2ª ou 3ª década da vida, apresentando vários defeitos físicos como anormalidades esqueléticas, fibrose hepática e lesões do sistema nervoso central. Clinicamente, 80% dos pacientes queixam-se de ingesta abundante de água (polidipsia), diurese abundante (poliúria), anemia, fraqueza, retardo de crescimento corporal e mental, hipertensão e insuficiência renal crônica de grau variado.
Diagnostica-se ecograficamente por pequenos cistos, a maioria de 2 a 3 mm na zona medular e com uma zona cortical renal muito fina e esclerosada.
O rim esponja medular foi descrito pela primeira vez em 1948 e caracteriza-se por dilatação dos túbulos coletores renais, que dão o aspecto de uma esponja quando o rim é examinado anatomicamente. É considerada uma doença congênita esporádica que pode ocorrer tanto no homem como na mulher e aparece em 1:2000 nascimentos .
Nos pacientes portadores de rim esponja medular, pode ocorrer com freqüência litíase renal, pela perda exagerada de cálcio, facilitando a formação de cálculos de cálcio. Hematúria e litíase são as duas manifestações clínicas dessa nefropatia. O diagnóstico é feito pela urografia excretora, que mostra a dilatação dos túbulos coletores da medula renal, muitas vezes cheios de pequenos cálculos renais.
O rim congênito multicístico é uma forma de alteração cística do rim quase sempre unilateral, ao contrário do policístico que é sempre bilateral. Apresenta-se clinicamente com grandes massas abdominais pelo enorme crescimento dos cistos renais.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
O que é cisto renal?
O cisto renal pode lesar o rim?
Um cisto renal pode causar insuficiência renal?
O meu caso é de rim policístico?
Um cisto renal pode ser confundido com câncer?
Fonte:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?81

DOENÇA RENAL CRÔNICA

A Doença Renal Crônica (DRC) consiste em lesão renal e geralmente perda progressiva e irreversível da função dos rins. Atualmente ela é definida pela presença de algum tipo de lesão renal mantida há pelo menos 3 meses com ou sem redução da função de filtração. Ela é classificada em estágios de acordo com a evolução conforme o quadro abaixo:


Estágio Descrição Filtração Glomerular (FG)
0 Risco de doença renal HAS,Diabetes, Familiar c/DRC > 90 mL/min
1 Lesão renal > 90mL/min
2 Lesão renal, leve FG 60 - 89 mL/min
3 Moderada FG 30 - 59 mL/min
4 Avançada FG 15 - 29 mL/min
5 Falência renal < 15 mL/min
diálise ou transplante


É conhecido atualmente que cerca de um em cada 10 adultos é portador de doença renal crônica. A maioria destas pessoas não sabe que tem esta doença porque ela não costuma ocasionar sintomas, a não ser em fases muito avançadas. Em muitos casos o diagnóstico precoce e o tratamento da doença nas suas fases iniciais podem ajudar a prevenir que a doença progrida para fases mais avançadas (inclusive com a necessidade de tratamento com hemodiálise ou transplante de rim). Como a doença renal muitas vezes está associada com diabetes, pressão alta e doenças do coração, o seu tratamento também ajuda a evitar outras complicações como infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e derrames. Por isso, é importante saber algumas coisas a respeito da doença renal e saber como preveni-la e detectá-la.
Os rins são os principais órgãos responsáveis pela eliminação de toxinas e substâncias, que não são mais importantes para o organismo. Eles também são fundamentais para manter os líquidos e sais do corpo em níveis adequados. Alem disso eles ajudam produzindo alguns hormônios e participam no controle da pressão arterial. Por isso, doenças nos rins e a sua perda de função levam a uma série de problemas como:

pressão alta
doenças no coração
anemia
inchume
alterações em ossos e nervos.


As pessoas com maior risco de ter doenças nos rins são aquelas que tem:

diabetes
pressão alta
pessoas com doença renal na família
idosos
pessoas com doenças cardiovasculares.


Apesar da doença renal não ocasionar muitos sintomas, é importante conhecer alguns sintomas que podem estar relacionados à doença renal:

fraqueza
cansaço
inchaço em rosto, pés ou pernas
dificuldades para urinar
urina com espuma
urina com alterações na sua cor (escura ou avermelhada)
aumento ou diminuição da quantidade de urina.


As principais causas de doença renal crônica são:

Hipertensão (pressão alta)
Diabetes
Glomerulonefrites
Doenças hereditárias como a Doença Policística
Obstruções (pedras nos rins, tumores)
Infecções nos rins


Como se Previne?
O mais importante a saber é que a doença renal e todas estas complicações mencionadas acima podem ser facilmente identificadas e o seu tratamento pode evitá-las.
Algumas medidas simples são capazes de detectar se você tem doença renal ou se tem maior risco de ser portador da mesma. Basta medir a pressão arterial e pedir ao seu médico para fazer um exame de urina, e a dosagem no sangue da creatinina. O exame de urina pode mostrar a presença de proteína, cuja presença continuada pode indicar uma lesão renal em fase inicial. A creatinina é uma substância do sangue que é filtrada pelos rins, por isso o seu aumento no sangue significa que há uma diminuição da função dos seus rins. Com a dosagem da creatinina no sangue o seu médico pode, através de fórmulas simples, calcular a filtração glomerular, verificar se você tem Doença Renal Crônica e em que estágio ela se encontra. Outra lembrança importante é que a doença renal em suas fases iniciais tem um tratamento simples e eficaz, principalmente a base de dieta, medicações para tratamento de pressão alta e diabetes, quando estas doenças estiverem presentes e remédios para reduzir a eliminação de proteínas pelos rins.
Em resumo, a doença renal crônica é comum, pode ser uma ameaça para a sua saúde, é fácil de identificar e tem um tratamento eficaz. Caso você tenha dúvidas não hesite em procurar o seu médico para obter mais informações e fazer uma revisão de saúde.
Abaixo, você pode fazer um teste bastante simples que vai dizer qual o risco de você ter doença renal.
Você tem doença renal? Faça este teste e saiba seu escore.
Descubra se você pode ter doença renal crônica agora. Cheque cada uma das afirmações que for verdadeira para você. Se uma afirmação é falsa ou você não tem certeza, coloque zero. Então some todos os pontos.

Idade:
Entre 50 e 59 anos Sim 2
Entre 60 e 69 anos Sim 3
Mais que 70 anos Sim 4
Sou mulher Sim 1
Tive/tenho anemia Sim 1
Tenho pressão arterial alta Sim 1
Sou diabético Sim 1
Tive um ataque cardíaco ou derrame Sim 1
Tive/tenho insuficiência cardíaca . Sim 1
Tenho doenças circulatórias nas pernas Sim 1
Tenho proteína na urina Sim 1
Total



Se você marcou 4 ou mais pontos:
Você tem 20% de chances de ter doença renal crônica. Na sua próxima visita ao médico, uma amostra de seu sangue deve ser coletada para a dosagem de creatinina. Somente um profissional de saúde pode determinar com certeza se você tem doença renal.
Se você marcou de 0 a 3 pontos:
Você provavelmente não tem doença renal agora, mas pelo menos uma vez ao ano você deve procurar seu médico para fazer uma revisão de saúde.
Recomendações que as pessoas com Doença Renal Crônica devem seguir:

Manter a pressão arterial controlada
Reduzir a ingestão de sal
Reduzir o potássio
Manter os níveis de glicose sob controle, se diabético
Evitar o uso de antiinflamatórios
Moderar o consumo de proteína animal (carnes, ovos e leites e derivados).


Fonte: ARCH INTERN MED, vol. 167, 26/02/2007, p. 378. – SCREENING FOR OCCULT RENAL DISEASE (SCORED)
Fonte:
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?268

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Apresentados da campanha Dador-Salvador

Data: 06-09-2011
Logótipo do IPS

O presidente do Instituto Português do Sangue (IPS), Álvaro Beleza, anunciou, no dia 1 de Setembro, os númresultadoseros finais da campanha Dador-Salvador. Destaque para a inscrição de 3006 pessoas e a colheita de 2315 unidades de sangue, sendo que 914 pessoas doaram sangue pela primeira vez.
Fonte: Portal do Cidadão com Portal da Saúde