terça-feira, 30 de julho de 2013

Estudo JUPITER e estatinas

Resultados do estudo JUPITER comprovam benefício das estatinas para indivíduos com níveis normais de colesterol, mas que apresentam aumento da proteína C reativacoracaoImportante marcador da resposta inflamatória, a proteína C reativa (PCR) pode muitas vezes predizer a ocorrência de eventos cardiovasculares em pessoas aparentemente saudáveis. Níveis elevados dessa proteína representam um fator de risco até hoje subestimado. Um dos estudos mais aguardados em cardiologia - o JUPITER (Justification for the Use of Statins in Prevention) - comprovou a relação entre PCR e risco cardíaco e apontou que o uso de rosuvastatina reduz significativamente os riscos de infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC), em indivíduos com níveis elevados da proteína. As estatinas agem tanto no colesterol quanto na inflamação, um efeito do qual há muito tempo se suspeitava, mas que até agora não havia sido comprovado, declararam os pesquisadores.

O estudo, inédito, foi apresentado no fim de 2008 durante o American Heart Association, um dos mais importantes congressos do mundo na especialidade, e publicado no New England Journal of Medicine. O JUPITER foi um trabalho multicêntrico que envolveu mais de 1.300 instituições em 27 países, entre elas Harvard Medical School, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e McGill University Health Centre, do Canadá, com patrocínio da empresa farmacêutica AstraZeneca. Incluiu homens com mais de 50 anos de idade e mulheres acima dos 60, ambos sem doenças cardiovasculares prévias, com níveis de LDL-colesterol menores que 130 mg/dl e com níveis de PCR de, pelo menos, 2 mg/dl. Das 89.890 pessoas analisadas inicialmente, 17.802 participaram da pesquisa.
 Durante um ano e nove meses os participantes, subdivididos em grupo placebo (n = 8.901) e grupo rosuvastatina (20 mg de rosuvastatina/dia; n = 8.901), foram acompanhados. Nesse período, os pesquisadores analisaram a ocorrência de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio, AVC, internação por angina instável e mortes por causas cardiovasculares. Ao fim do estudo, 251 eventos cardiovasculares ocorreram no grupo placebo e 142, no grupo rosuvastatina. 

Os resultados apontaram uma redução, em média, de 50% dos níveis de LDL-colesterol e de 37% dos de PCR nos indivíduos do grupo rosuvastatina em comparação ao grupo placebo. Os autores concluíram que o uso da rosuvastatina em indivíduos aparentemente saudáveis, mas com níveis elevados de PCR, reduz a incidência de eventos cardiovasculares e de mortalidade, independentemente de o indivíduo apresentar níveis normais de LDL-colesterol. Isto é, a PCR é um indicador extremamente importante de risco cardiovascular que os médicos terão de passar a considerar na prática clínica. 

Fonte:http://www.segmentofarma.com.br/portal/textos.asp?codigo=11507

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