quinta-feira, 7 de maio de 2015

Atelectasia e colapso pulmonar

A atelectasia corresponde à ausência de ar nos alvéolos de uma área mais ou menos extensa do pulmão, enquanto que o colapso pulmonar consiste na retracção de uma parte ou da totalidade do mesmo.

Causas


A atelectasia produz-se quando, por alguma circunstância, como uma obstrução ou compressão das vias aéreas, os alvéolos de um sector mais ou menos extenso de um pulmão deixam de ser ventilados.
No colapso pulmonar, além da perda do conteúdo de ar de um sector mais ou menos extenso do pulmão, observa-se uma grande diminuição da irrigação sanguínea, o que provoca a retracção do referido sector do pulmão ou de todo o pulmão.
A causa mais frequente corresponde à obstrução total de um brônquio ou bronquíolo. Quando se obstruiu completamente a entrada de um desses canais aéreos, o ar presente em todo o sector pulmonar ventilado pelo mesmo, para além do ponto de obstrução, fica inicialmente preso no interior dos alvéolos. Todavia, caso a obstrução persista, o ar começa a reabsorver-se até que os alvéolos do dito sector pulmonar se "desinsuflam" por completo, dando origem a uma atelectasia. Perante este acontecimento, os vasos sanguíneos do sector do tecido afectado contraem-se através de um mecanismo reflexo, diminuindo consequentemente a irrigação sanguínea do dito sector, o que provoca uma retracção do tecido ou colapso pulmonar. Desta forma, a obstrução total e persistente de um brônquio conduz sequencialmente a uma atelectasia e a um colapso pulmonar.
Os brônquios e bronquíolos podem obstruir-se por várias razões. Uma das mais frequentes, sobretudo nas crianças, é a aspiração de um corpo estranho - um fruto seco, um botão, uma pequena peça de brinquedo que após ser introduzido na boca desce pela faringe, laringe e brônquios até obstruir. Por vezes, o elemento que provoca a obstrução é um rolhão de secreção mucosa espessa, especialmente quando por alguma razão o diâmetro dos brônquios e bronquíolos se encontra anormalmente reduzido, como acontece em caso de asma e bronquite crónica.
Por outro lado, muitas vezes, a causa da doença é a compressão de um brônquio ou do tecido pulmonar provocada pelo desenvolvimento de um tumor, um derrame pleural ou um pneumotórax.
A atelectasia também pode ser um efeito secundário da anestesia geral, como é possível observar em alguns pacientes após intervenções cirúrgicas efectuadas no tórax ou na zona superior do abdómen (atelectasia pós-cirúrgica).

Sintomas

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Os sintomas variam de acordo com a extensão do processo e a rapidez com que este se instala. O mais frequente é a doença afectar apenas um lobo ou um segmento de um lobo pulmonar. Caso a atelectasia se desenvolva gradualmente, como costuma ocorrer nos pacientes que sofrem de tumores malignos ou tuberculosos, os sintomas não costumam ser muito evidentes, sendo frequentemente confundidos com aqueles provocados pela doença subjacente. Por outro lado, quando a doença se apresenta de forma repentina, como sucede após a aspiração de um corpo estranho ou pela obstrução provocada por um rolhão mucoso, o paciente manifesta uma evidente dificuldade em respirar, ou dispneia, que tenta compensar ao realizar inspirações mais frequentes e superficiais. Em ambos os casos, caso não se proceda ao tratamento adequado, é provável que mais tarde ou mais cedo surjam algumas complicações, como processos infecciosos, dilatações brônquicas (bronquiectasias) e perda da elasticidade do tecido pulmonar (fibrose).
Por outro lado, quando a doença afecta todo o pulmão, como costuma acontecer em alguns casos de atelectasia pós-cirúrgica, as manifestaçöes normalmente produzem-se de forma brusca. Os sintomas predominantes são uma evidente dificuldade em respirar e uma extrema ansiedade. Além disso, costuma existir uma notória insuficiência respiratória, evidenciada pela tonalidade azulada da pele e mucosas, ou cianose, devido a falta de oxigénio, que pode gerar, nos casos mais graves, complicações letais.

Tratamento

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O tratamento varia segundo a causa e a gravidade da doença. Em caso de atelectasia obstrutiva, é fundamental desobstruir o mais rápido possível o brônquio ou bronquíolo obstruído, o que pode ser alcançado, conforme o tipo de corpo estranho responsável, ao alterar-se a postura corporal do paciente, ao efectuar massagens para favorecer a drenagem das secreções mucosas ou ao extrair o rolhão mucoso com a ajuda de um catéter introduzido até ao brônquio afectado.
Nos restantes casos, ao mesmo tempo que se tenta corrigir a causa da doença, devem ser tomadas as medidas pertinentes para melhorar a função respiratória, ou seja, deve-se aplicar ao paciente fisioterapia respiratória, aconselhá-lo a mudar de posição com frequência e a realizar inspirações mais profundas para favorecer a drenagem das secreções mucosas. Além disso, caso seja necessário, deve-se proceder a administração de oxigénio e, em alguns casos, a prescrição de antibióticos para prevenir ou tratar uma complicação infecciosa.
Informações adicionais

Aspiração de um corpo estranho

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A aspiração acidental de um corpo estranho pode provocar a obstrução de um brônquio ou bronquíolo, dando origem a uma atelectasia e colapso pulmonar. Embora possa ocorrer em qualquer idade, trata-se de um incidente especialmente frequente durante os dois primeiros anos de vida, pois as crianças têm o hábito de levar a boca qualquer pequeno objecto que alcancem: botões, moedas, rebuçados, qualquer pequena peça de um brinquedo, etc.

Quando se aspira um corpo estranho, este produz uma irritação na mucosa respiratória que desencadeia o reflexo da tosse. Muitas vezes, alguns acessos de tosse são suficientes para que se expulse eficazmente um objecto que apenas conseguiu obstruir parcialmente um brônquio. Todavia, caso o objecto obstrua por completo um brônquio, a tosse pode ser ineficaz, o que dará origem a uma atelectasia. Neste caso, convém efectuar de imediato uma manobra que facilite a expulsão do corpo estranho. Em primeiro lugar, deve-se colocar a criança com a cabeça abaixo do tronco e aplicar-lhe uma série de palmadas nas costas, entre as omoplatas. Caso esta medida não seja eficaz, deve-se proceder a uma outra manobra, ou seja, sentar a criança no próprio colo, inclinar o seu tronco para a frente e abraçá-la por trás, de modo a exercer alguns movimentos de pressão sobre a zona superior do abdómen ou sobre o esterno, o osso central do peito. Se com estas manobras não se conseguir expulsar o corpo estranho, deve-se procurar assistência médica urgente para que sejam tomadas as medidas adequadas de modo a evitar um final trágico.
Fonte:http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=229

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