Filtração glomerular
A primeira fase da produção de urina realizase nos corpúsculos renais, aos quais chega cerca de 20 a 25% do sangue bombeado pelo coração, sensivelmente 1 200 ml por minuto. É um processo de filtração que se inicia no plasma sanguíneo, atravessa os minúsculos poros das paredes dos capilares glomerulares e da camada visceral da cápsula de Bowman, para passar para o espaço urinário, situado entre as duas camadas da cápsula de Bowman, continuando o seu percurso pelo túbulo renal.
Esta filtração glomerular é um processo passivo que depende da interacção de dois tipos de forças antagónicas: por um lado, a pressão hidrostática, ou seja, a pressão do líquido em cada compartimento (nos capilares glomerulares e no espaço urinário); por outro lado, a pressão coloidosmótica, ou seja, o poder de absorção de água das proteínas presentes no plasma e cujo tamanho não lhes permite atravessar as paredes dos capilares do glomérulo – por isso têm tendência para reter líquidos no sangue. A interacção destas forças provoca uma determinada pressão de filtração, que se traduz na passagem de água e de múltiplas substâncias de minúsculo tamanho dissolvidas no plasma sanguíneo para o interior do espaço urinário. Todavia, as substâncias de maior dimensão, como as proteínas e as células sanguíneas, não conseguem atravessar a membrana dos capilares e, por conseguinte, permanecem sempre no sangue.
Nesta primeira fase de produção de urina, produzse uma grande quantidade de produto filtrado pelos glomérulos, 120 ml/min, ou seja, cerca de 180 1 em cada 24 horas.
Reabsorção e secreção tubular
O produto da filtração glomerular passa por consideráveis transformações ao longo do seu percurso pelos túbulos renais, tendo em conta que grande parte da água e das diversas substâncias são reabsorvidas, ou seja, passam do interior dos túbulos para os vasos capilares adjacentes, de modo a regressarem ao sangue; por sua vez, as outras substâncias que não tenham sido filtradas no glomérulo são segregadas na direcção inversa, ou seja, passam do sangue que circula pelos ditos capilares para o interior dos túbulos. Graças a este processo, os 180 1 diários de produto filtrado pelos glomérulos são convertidos em apenas 1,5 a 2 1 de urina, ao mesmo tempo que o organismo consegue recuperar substâncias úteis, que entretanto foram filtradas nos glomérulos, e eliminar outras, com o objectivo de manter o equilíbrio físicoquímico do meio interno.
Estes processos de reabsorção e secreção tubular desenvolvemse através de vários mecanismos, uns passivos, basicamente devido à difusão de algumas substâncias com tendência para apresentarem uma igual concentração nos dois compartimentos, e outros activos, dependentes de processos metabólicos que determinam a passagem de substâncias em direcção contrária à difusão passiva. Como o túbulo renal tem uma estrutura complexa e os seus diferentes sectores apresentam características diferentes, o produto da filtração glomerular vai sofrendo várias alterações à medida que avança pelo seu interior. Por exemplo, a maior parte da água filtrada e de algumas substâncias úteis para o organismo, como a glicose, aminoácidos, fosfatos e bicarbonatos, é reabsorvida no tubo contornado proximal. O sódio (Na) também merece uma referência especial: embora se distribua ao longo de vários sectores do túbulo renal de maneira passiva, noutros é reabsorvido por um mecanismo activo (bomba de sódio), muito importante para adequar os níveis sanguíneos deste mineral, devido à sua íntima relação com a pressão arterial, e para regular a concentração ou diluição da urina.
Regulação do volume de urina
O volume de urina produzido pelos rins não é uniforme, pois varia bastante conforme as necessidades do organismo e a quantidade de água ingerida com as bebidas e os alimentos. A maioria da água filtrada nos glomérulos é reabsorvida no tubo contornado proximal, de onde passa novamente para o sangue. Contudo, existe uma outra considerável quantidade de água que é reabsorvida na parte distal do nefrónio e especialmente no tubo colector, sob a influência de duas hormonas: a aldosterona e a hormona antidiurética. A aldosterona, segregada pelas glândulas suprarenais, actua ao nível do tubo contornado distal, provocando o aumento da reabsorção de sódio e água, o que constitui um importante mecanismo regulador da pressão arterial. Por seu lado, a hormona antidiurética, elaborada no hipotálamo e segregada pela hipófise, actua essencialmente no tubo colector e aumenta a permeabilidade à água, ampliando a sua reabsorção, já que o grau de concentração ou diluição da urina depende bastante do nível desta hormona.
Fonte:http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=277
Quem Sou: uma Doente Renal (Não Transplantada e não faço dialise nem homodialise) que criou este Blogue para trocar experiências com outras pessoas e contar a sua experiência, entre outras coisas, como Culinária, O que gosto de fazer nos tempos livres, e alguma opinião médica, se for possível.
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
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